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sexta-feira, maio 23, 2003

Simplicíssimo - Jornal Virtual de peridiocidade escalafobética
23/05/2003 - Edição número 24 - Editora SuperJazz7 - The Brains Corp.

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"Poesia prá quê?"
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1. Editorial.........................................Rafael Luiz Reinehr

2. ......................................................Daniel Dutra

3. Para Sigrid......................................João Francisco

4. O trem dos loucos...............................Idésio de Oliveira

5. Um novo tempo, e sigo andando............Rafael Luiz Reinehr

6. Essência e seus mistérios..........................Idésio de Oliveira

7. Só tomate........................Eduardo Hostyn Sabbi

8. Guardiões...................................Idésio de Oliveira

9. O A e o Z..................................Rafael Luiz Reinehr

10. Cuidadores..................................Idésio de Oliveira

11. Beijo...............................Eduardo Hostyn Sabbi

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1. Editorial

"Não há, ó gente ó não, luar como esse do sertão..."
Quando conseguimos parar nossas vidas, descer delas, dar uns passos e olhar
para ela, ali, inerte, podemos aprender muito. Podemos aprender que
velocidade em excesso não é bom. A pressa é realmente inimiga da perfeição.
Contemplação é necessária para que possamos perceber que fomos feitos também
para gozar a vida, não somente construir futuros desenfreadamente sem
usufruir.
Volta e meia nos deparamos com problemas em nossa existência. Desde os mais
simples: dívidas a pagar, prazos de entrega ou realização de compromissos,
até mais importantes como casamento, aposentadoria, falecimento de entes
próximos, etc. Nesses momentos, alguns de nós têm a percepção de que estão
em um beco sem saída, encurralados, sem opções. Esse é um momento bom para
parar tudo, dar uns passos atrás (ou ao lado) e observar nossas vidas.
Crises vitais e problemas são, na verdade, grandes aliados: são ferramentas
que nos dão a oportunidade de recomeçar ou incrementar nossas atitudes
positivas frente à vida.
Momentos de amargura e sofrimento são inerentes à condição humana. Não
podemos esquecer disso em nenhum momento. Recarregar as energias é a pedida!
Atravessar precipícios em pinguelas cambaleantes e mergulhar em águas
gélidas faz parte do nosso caminho. Sabemos disso, entretanto queremos negar
tal aspecto da existência. Contos de fadas são contos de fadas. Vidas reais
são as nossas vidas. Objetivos existem e devem ser atingidos, principalmente
quando norteados por princípios éticos e morais bem delimitados. Vamos dar o
tempo que nossos atos precisam para colher os frutos.

Rafael Luiz Reinehr


A tristeza é só um esquecimento.
Você esqueceu que foi criado pela luz e para a luz,
Mas agora está no escuro,
Que é só o meio do caminho

Cleber Saffi - 29/04/03

PSIU: O site do Simplicíssimo já está no ar! Ainda em construção, mas nosso
domínio já está
garantido: www.simplicissimo.com.br . Já dá pra ter uma idéia do design (por
cima...) Vai lá!!!

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2.
Daniel Dutra*

Sei que o tempo vai passar
e as flores passarão despercebidas
Meu sangue correrá sem que eu perceba
Minha vida perderá o significado
Meus dias não terão sentido
Mas o tempo vai passar
e a saudade não perdoará aqueles que não aprenderam a amar
E acabará o sonho daqueles
que esperam ser felizes
Meus olhos estáticos choram o muito da vida não vivida
do abraço não dado
e das palavras de amor que não foram ditas
Se há vida não a vejo
mas espero que ela exista para que cesse a minha dor
a dor das flores
e daqueles que só esperam a sua morte...

* Meu nome é Daniel Dutra e sou estudante de Psicologia da UFSM.
O primeiro texto que mando para o jornal é primeiro poema que escrevi
quando tinha dezessete anos. Mando este poema porque o que mais gosto nele é
que mesmo passado três anos e minha visão de mundo ter mudado quase que
completamente nesse tempo algumas coisas nesse pequeno poema ainda continuam
fazendo sentido para mim. É um poema que não dei nome ao escrevê-lo e não me
atreverei a fazê-lo agora.

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3. Para Sigrid
João Francisco, maio 2003

O dia nasceu lindo

Sol resplandecente, outono surgindo

Mas nada se compara

Ao brilho dos olhos da minha amada

Luz polarizada, nem a lua se equipara

Que influencia o ciclo das marés e dos amantes

E eles, assim como eu, mergulham no olhar do seu amor

Para sentir a liberdade dos anjos, a alma, o calor.

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4. O trem dos loucos
Idésio de Oliveira

"Mestiços não adaptáveis" nomeavam as pessoas portadoras de doença mental,
na sua maioria negros, mulatos, índios etc, que eram trazidos de trem uma
vez por semana de Uruguaiana. Familiares os entregavam nas beiras de linha e
os depositavam nos vagões com destino à Porto Alegre. Foi nesta ocasião que
centenas de doentes viram pela última vez seus familiares. Isso ajudou a
construir a história do Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre".
(1ª Jornada de Psiquiatria do HCPA. "A Humanidade do Cuidado no Novo
Milênio".)

O trem dos loucos

De quando em vez, e agora, mais periodicamente, ele apita e me acena com sua
chaminé fumegante.

Não voltou mais pra Uruguaiana e vaga pelas ruas deste Porto.
Eu, "mestiço não adaptável", me agito todo quando o vejo a esconder-se entre
os edifícios.

Onde se esconde este trem que não encontro?

Às vezes é só o trepidar balançando sinaleiras e eu me levando afoito.
Doutras, num curto espaço de tempo, como um raio, um vagão passa só, e
janelas gradeadas e gritos vêm e vão como na chegada ao São Pedro.

Olho pra tantos que me olham e não encontro colo algum que me console da
falta de conversas dos meus pela casa.

Assim fico olhando os edifícios e esbarrando em gente que não me vê nem
ouve.
Vamos e voltamos atrás de coisas que nos fazem parecerem importantes.
Na verdade, o que queremos é o nosso trem nos pegando sem bagagens, a
qualquer hora, a nos levar de volta de onde viemos estâncias afora.


PoA, 24.06.99.

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5. Um novo tempo, e sigo andando
Rafael Luiz Reinehr


Delicadas mãos que correm pelo meu corpo
A anunciar a chegada de um tempo
Que há muito eu esperava

Já não sentia mais o mesmo pulsar
Que era habitual do meu ser
Até você chegar, até te conhecer

Continuo sem fazer promessas
Pois não é só seu o meu viver
Também é meu,
E da minha própria vontade eu preciso

Um toque e a lembrança
De bons momentos já vividos
Sentimentos já sentidos
Que agora quero repetir

Nada mais é escuro
Tudo agora tem novas cores
E brilhos, e luzes

Agora já respiro tranqüilo,
Caminho paciente, sereno
Meu caminho é brando

Pequenas coisas retomam seu valor
Flores e vaga-lumes voltam a ter sentido
Enfeitam minha nova trilha
Que já não é mais só minha.

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6. Essência e seus mistérios
Idésio de Oliveira

Contra os dissabores das horas deste tempo turbulento,
eu cuidarei de ti.
Deitarei teu rosto contra o peito meu
e te darei o reparo de um sono bom.
Não terei afazeres além do ofício de cuidar de ti.
Não terei ponteiros demarcando o atropelo de horas.
Estarei aqui noite a fio ...
Serei teu oásis dentro deste mar de rostos
com que esbarras na solidão de ruas.
Não te direi nada, não saberás quem sou,
tampouco saberei quem és.
Apenas cuidarei de ti ...
Te olharei nos olhos e saberei onde guardas a tua dor sentida.
Terei teu rosto no encosto do meu corpo e não guardarei desconforto se tua
lágrima marcar minha camisa.
Irei compor uma cantiga nova e cantarei envolto em cuidados na calma do teu
riso bom.
Não terás (depois do canto) feridas,
Porque o corpo que te guarda é santo e diante dele eu me prostro ao som de
sacros cantos.
É teu corpo que me diz o que sossega ou tange a tua alma aflita.
É teu corpo o guardião dos teus mistérios, e entre o teu,
o meu e o grão de pólen que germina os campos,
Mora a crença deste elo que falta e
atende por cuidado e que eu te proporciono para nos tornarmos construtores
deste universo santo em que seguimos desvendando a vida.


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7. Só tomate
Eduardo Hostyn Sabbi


Tomates maduros e verdes
Tomates verdes fritos
Tomates no ponto

Tomates secos e molhados
Molho de tomates secos
Tomates úmidos

Tomates frutas e legumes
Tomates de pele e sementes
Tomates quase gente

Tomates do pé ao prato
Tomates da mão à cara
Coisa rara, pára!

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8. Guardiões
Idésio de Oliveira

Onde pulsa um coração há vida.
O cuidado com a preservação desta vida exige maestria.
Não deve importar a nós de onde vêm as vidas ou para onde elas irão.
O que importa é como deveremos agir para preservá-las.
Esse dom não pode ser tolhido, pois, antes de tudo, é profissão.

No mundo institucionalizado, onde as vidas são nomeadas como "clientes",
"pacientes" ou outros artifícios que objetivam a "atender bem", sabe-se que
o dom de cuidar de seres humanos só é destinado a seres humanos.

Quem fica vigiando vidas, quem exerce este cuidado é tão profissional
quanto outro e carece de ser assistido quando fragilizado.

Não poderemos assistir vidas por tanto tempo, se não possuirmos a nossa na
sua integridade.

Não poderemos atender dignamente, se não recebermos condições humanitárias
voltadas ao exercício do dom.

O trabalho enquanto dom, ao ser exercitado, imbui-se de uma sacralidade
tão ímpar que exclui retóricas.

Que possamos ter acesso facilitado ao exercermos os dons!

Que possamos nos dar condições de sermos também assistidos!
Que estejamos nutridos o suficiente!
Que nossa jornada de trabalho não seja a que as leis amparam, mas a
que possamos suportar nos ombros!
Que tenhamos a dignidade de um bom descanso e que nos sobre tempo para
brincar com os filhos ao acordar dentro do dia!
É-nos claro o cuidado que devemos ter com a vida.
É-nos clara a fórmula para nos cuidarmos mutuamente.
Sabemos que a preservação da vida não ocorre quando nos dicotomizamos.

Em sua ingenuidade de união, cupins nos custam mansões.
Que possamos ser elos como em correntes construindo vidas!
Que possamos estar sempre ali vigiando-as, e certamente estaremos, enquanto
houver condições dignas para preservarmos toda a espécie de vida que perdura
enquanto bate um coração!

Canoas, 02 de dezembro de 1995

15:00


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9. O A e o Z
Rafael Luiz Reinehr


Antes de mais nada

Bem eu quero fazer

Como se só disso eu vivesse

Disso me nutrisse

Envolto em uma névoa

Fogueira de ilusões

Ganho a rua de um salto

Homem feito, já nada temo

Incorro em erros, sim, ainda

Já não minto mais

Lindas tardes eu passei

Memórias coloridas me acariciam

Não fogem, não voam

Ouriçam meus sentidos

Protegem meu coração

Que quer ainda mais saber

Renovar as experiências

Sentir as fragrâncias

Todas envolvendo meu corpo

Unidas, me entorpecendo

Viagem sem fim ao paraíso

Xadrez do bem e do mal

Zênite da felicidade

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10. Cuidadores
Idésio de Oliveira

Emprestas a tua mão e te vejo a cuidar do meu corpo enfermo.
Que profissão é essa que sabe onde moram as feridas que oculto sob a pele?
Que sabe onde a dor pulsa mais forte,
mesmo ante a tantos bálsamos que me afortunam?
Ontem, enquanto eu dormia a sono solto, emprestaste teu sono e ficaste em
vigília pra
que eu não sucumbisse às sombras e pudesse despertar com o sol.
Ontem, enquanto eu tinha a certeza de que provava o último sopro de vida,
tua
presença concreta me trouxe de novo à luz.
Que jornada é a tua que tomas para ti e silencias horas a fio, enquanto eu
grito e firo
os teus ouvidos?
Que jornada é essa a que te expões enquanto te agrido os sentidos com odores
incontinentes, e tu, mesmo assim, me sorris na intenção de me pôr à vontade.
Pra tua lida não há paga, e quem dela necessita alenta-se com os teus bons
cuidados.
Emprestas as tuas mãos e não cede ao peso do meu fardo.
Hoje, eu queria a certeza de que estás bem cuidado pra que exerças com
liberdade o
Dom que em especial te foi confiado.

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11. Beijo
Eduardo Hostyn Sabbi

Hmmm adoro beijo

Beijo ao acordar, bom dia será.

Beijo refeição, ai que tesão.

Beijo ao dormir é beijo Morpheu.

Mas quero mesmo é um beijo TEU!

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CRIAÇÕES.

LEMBRANDO: Vale qualquer coisa em se tratando de prosa, poesia, contos,
crônicas, divagações, teorias, letras de música, receitas culinárias,
reproduções de pedaços da lista telefônica, extratos bancários, excertos de
livros que te chamaram atenção, citações, resenhas, resultados de pesquisas
científicas, teses de mestrado, doutorado, pós-doutorado ou
pós-pós-doutorado, opiniões, sugestões, insultos e ofensas, redações e
composições do tempo da infância, etc., ou seja, qualquer forma de expressão
cultural na forma escrita que possa ser reproduzida nestas páginas.
Ressalta-se que, preferencialmente sejam enviadas em formato .txt (pois
ocupa menos espaço). Caso seja enviado em .doc ou .htm, podem haver perdas
significativas na formatação.

AO ENCAMINHAR UM ESCRITO, MANDE TAMBÉM SEU NOME OU PSEUDÔNIMO E UMA BREVE
(OU EXTENSA) APRESENTAÇÃO DE SUA PESSOA (IDADE, O QUE FAZ DA VIDA, E TE CÉ
TERÁ)

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___________________________ FIM!

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Rafael Reinehr 9:18 da tarde

Simplicíssimo - Jornal Virtual de peridiocidade
16/05/2003 - Edição número 23 - Editora SuperJazz7 - The Brains Corp.

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"Febre de rachar a boca!"
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1. Editorial...................................................Rafael Luiz
Reinehr

2. Determinismo e liberdade: vocabulário.......................César
Schirmer dos Santos

3. A Cozinha Maravilhosa do Mestle Kuh-Kah! - Almôndegas
Alemãs......................Mestle
Kuh-Kah!

4. "A realidade é para aqueles que não podem suportar o
sonho"*...........Carolina Schumacher

5. Escrever por Escrever XIX
(excertos)................................................Rafael Luiz
Reinehr

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1. Editorial

Uma das coisas que mais tenho apreço é ao conhecimento. Ao lado das
formas mais variadas de expressão artística, o conhecimento tem cadeira
cativa no rol de preferências da minha vida. De tal forma, qualquer pessoa
que possa me trazer conhecimento (quer seja técnico ou mesmo humano) pode
ter certo que terá meu respeito.
Não tenho vergonha em me espelhar em pessoas a minha volta e mesmo dizer
isso para elas. Sou propagandista número 1 daqueles que me ensinam coisas.
Agora mesmo, aprendendo a lidar com o Dreamweaver e programação HTML: esse é
um conhecimento que nunca vai me deixar, e graças ao meu grande amigo
Eduardo Sabbi, vou levar comigo um conhecimento que pode abrir várias
portas. Posso finalmente trazer para um público maior o Simplicíssimo.
Posso... Putz, que febre do cão! Deixei para fazer essa "segunda parte" do
editorial agora
pela manhã e nunca vi como uma febrezinha à toa consegue me derrubar. Dor no
corpo
todo, desânimo total...
Paracetamol... Estava guardando a letra abaixo para quando estivesse sem
criatividade
nenhuma; esse momento chegou!
Até semana que vem. Lembrem-se, a edição número 24 é uma especial
somente com
poesias! Ainda tem espacinho para mais algumas!

Rafael Luiz Reinehr

At Your Side (The Corrs)

When the daylight's gone and you're on your own
And you need a friend just to be around
I will comfort you, I will take your hand
And I'll pull you through, I will understand

And you know that
I'll be at your side, there's no need to worry
Together we'll survive through the haste and hurry
I'll be at your side
If you feel like you're alone, and you've nowhere to turn
I'll be at your side

If life's standing still and your soul's confused
And you cannot find what road to choose
If you make mistakes (make mistakes)
You can't let me down (let me down)
I will still believe (still believe)
I will turn around

And you know that
I'll be at your side, there's no need to worry
Together we'll survive through the haste and hurry
I'll be at your side
If you feel like you're alone, and you've nowhere to turn
I'll be at your side

I'll be at your side
I'll be at your side

You know that
I'll be at your side, there's no need to worry
Together we'll survive through the haste and hurry
I'll be at your side
If you feel like you're alone, you've got somewhere to go,
Cuz I'm right there
I'll be at your side, I'll be right there for you
(Together we'll survive) through the haste and hurry
I'll be at your side
If you feel like you're alone, you've got somewhere to go
Cuz I'm at your side

I'll be right there for you
I'll be right there for you, yeah
I'm right at your side

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2. Determinismo e liberdade: vocabulário
César Schirmer dos Santos
cesarschirmer@yahoo.com.br

27 de abril de 2003

CAUSA 1/ Conjunto de coisas que precede o efeito. 2/ Circunstância causal.
3/ Condição causalmente suficiente.
COMPATIBILISMO 1/ Defesa da tese que o determinismo é logicamente compatível
ou consistente com um tipo de liberdade fundamental para a defesa da
responsabilidade moral, a voluntariedade. 2/ O compatibilismo não afirma a
verdade do determinismo, mas sim a compatibilidade do mesmo com a
responsabilidade moral.
DETERMINISMO 1/ Usado para descrever escolhas e ações humanas como
consequências causais, questionando a liberdade de tais escolhas e ações.
DETERMINISMO BRANDO 1/ Toma o determinismo por verdadeiro e a liberdade
humana apenas pelo que é consistente com este, a voluntariedade.
DETERMINISMO DURO 1/ Toma o determinismo por verdadeiro e a liberdade, seja
esta voluntariedade ou originação, por algo incompatível com este.
INCOMPATIBILISMO 1/ Defesa da tese que o determinismo é logicamente
incompatível ou inconsistente seja com a originação, seja com a
voluntariedade. 2/ Por si só não defende nem a verdade do determinismo, nem
a verdade de algum tipo de liberdade. 3/ Incompatibilistas que tomam o
determinismo por verdadeiro e a liberdade por falsa são deterministas. 4/
Incompatibilistas que tomam a liberdade por verdadeira e o determinismo por
falso são libertários.
INDETERMINISMO 1/ Refere-se a escolhas e ações humanas para negar que estas
sejam efeitos.
LIBERDADE 1/ Gênero ao qual pertence várias espécies, inclusive o
livre-arbítrio e a voluntariedade.
LIBERTARIANISMO 1/ Defesa de algum tipo de liberdade contra algum tipo de
determinismo.
LIVRE-ARBÍTRIO 1/ O mesmo que originação. 2/ Uma das espécies de liberdade.
ORIGINAÇÃO 1/ O indeterminismo é insuficiente para haver liberdade, é
preciso que o humano em questão seja a origem da escolha ou ação em questão.
VOLUNTARIEDADE 1/ O tipo de liberdade que é ao menos ausência de compulsão
ou constrangimento. 2/ Tipo de liberdade fundamental para a defesa da
responsabilidade moral do agente.

Referência

HONDERICH, T. Determinism and freedom philosophy: its terminology.
http://www.ucl.ac.uk/~uctytho/dfwTerminology.html, 27/4/2003.

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3. A Cozinha Maravilhosa do Mestle Kuh-Kah! - Almôndegas Alemãs
Mestle Kuh-Kah!

Ingredientes:

400g de carne de gado moída
200g de lombo de porco moído
50g de bacon picado
1 cebola picada
1 dente de alho picado
1 ovo
3 colheres de sopa de salsinha
2 colheres de sopa de cebolinha
4 fatias de pão de centeio
1 xícara de água
1 colher de sopa de vinagre
sal e pimenta do reino
óleo para fritura

Modo de preparo:

Coloque o bacon em uma frigideira e leve ao fogo baixo até o bacon estar
crocante. Acrescente a cebola e o alho bem picados e refogue até a cebola
estar macia. Retire do fogo, escorra o excesso de gordura e deixe esfriar.
Coloque em uma tigela o vinagre e a água, acrescentando as fatias de pão. Em
uma tigela, misture os dois tipos de carne, a cebola e o bacon refogados, a
salsinha, o ovo levemente batido e misture bem, acrescentando sal e pimenta
do reino. Escorra as fatias de pão e esprema bem, misturando à massa de
carne e amasse até obter uma mistura bem homogênea. Faça bolinhas do tamanho
de ping pong e frite em óleo quente abundante. Escorra em papel absorvente e
sirva com salada de batatas e mostarda ou com arroz branco.
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4. "A realidade é para aqueles que não podem suportar o sonho" *
Carolina Schumacher

O sonho terá sempre um componente que o propulsione, que o desencadeie, que
para Freud é um desejo inconsciente de natureza sexual do sonhador. Além de
desejos sexuais inconscientes proposto por Freud, temos a concepção de Lacan
que dirá que todo desejo é um desejo do Outro. Não obstante, sabemos que o
desejo que desencadeia o sonho tem sua raiz numa realidade traumática
vivenciada pelo sonhador. Desse modo, considerando a realidade traumática
que retorna no conteúdo inconsciente dos sonhos, continuar dormindo e
sonhando parece ser uma tarefa difícil.
Freud ao explicar o conteúdo dos desejos inconscientes presentes nos sonhos
valeu-se de um sonho seu que não apresentava nada aparentemente sexual: o
sonho da injeção de Irma. Nesse sonho, Freud via a garganta infeccionada (em
carne viva e rubra) de Irma, uma paciente histérica, que ele tratava sem
obter sucesso. Ao ver essa cena horrível, Freud segue seu sonho de forma a
se transformar em comédia com três médicos enumerando num ridículo jargão
pseudoprofissional, as múltiplas e contraditórias razões para tal infecção
de modo a não culpar ninguém pelo fracasso do tratamento. Assim, o desejo
sexual inconsciente parece não ser desencadeante do sonho, mas antes um
desejo de Freud de não culpar aquele que ele responsabilizava, seu amigo e
também médico Fliess. Nesse sentido, o sonho de Freud veio a realizar um
desejo do grande Outro (Fliess) de não ser culpado e esse é ponto
importante: o desejo é o desejo do Outro. O Outro para Lacan é aquele que em
algum sentido "deve saber", é o sujeito que tem o "poder". Essa figura do
grande Outro pode ser representada na idéia de Deus. Lacan dirá que "Deus é
inconsciente" e é natural que acreditemos nele, sendo a crença
consubstancial à subjetividade humana. Desse modo, aquele que não crê em
Deus, não admite o grande Outro, e vive num mundo essencialmente
materialista - um mundo sem limites.
Sabendo dos desejos sexuais inconscientes e reprimidos presentes nos sonhos,
e considerando a sociedade capitalista materialista em que vivemos, podemos
inferir que também são "produzidos" desejos à medida em que criam-se
necessidades de consumo. A sociedade em que vivemos, produz um viés perverso
quando coloca o sexo como material de consumo. São produzidos acessórios,
instrumentos, e tantos outros suplementos que emprestam um viés perverso
excessivo ao sexo. Cria-se, desta maneira, a estrutura libidinal de consumo
que produz as necessidades que pretende satisfazer com seus produtos.
É nesse espaço do vale-tudo, onde criam-se e satisfazem-se desejos
produzidos pelo capitalismo, que vivenciamos tudo aquilo que não seria
suportável em nossos contatos intersubjetivos. A realidade do dia-a-dia
parece mais fácil de se suportar porque podemos "brincar" de criar e
satisfazer necessidades em forma de desejos que buscamos realizar
consumindo. È somente quando nos defrontamos com nossa realidade psíquica
sem censura, quando nos defrontamos com nossos sonhos, que percebemos a
dimensão da realidade que escondemos atrás da repressão. Os sonhos nesse
sentido são mais "cruéis" à medida que nos mostram nossa realidade encoberta
pelo recalque de desejos insatisfeitos e, por isso, afirma-se que a
realidade é para aqueles que não podem suportar os sonhos.

* Trabalho realizado para a disciplina de metapsicologia freudiana baseado
no texto "A fuga para a realidade" de Slavoj Zizek.

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5. Escrever por Escrever XIX (excertos)
Rafael Luiz Reinehr

{04/06/2001 - Segunda-feira - 23:27}

R$ 1043,20. Esse é o valor líquido que recebo todos os meses como bolsa de
residência médica. Mesmo valor que um residente recebia há 7 anos atrás.
Defasagem pela inflação superior a 125% (oficialmente, mas certamente
superior a 200% se extra-oficialmente). Vive-se adequadamente, mas não sobra
nada. Como vivem com R$ 180,00 ou menos por mês? Aluguel, luz, água, comida,
vestimenta, lazer, educação e saúde??? O quê? Isso é sub-humano! Isso é
crueldade! Isso é motivo para mandar encarcerar toda essa corja que
administra nosso país e suga toda a energia que nosso povo precisa. Se estou
feliz com meu "salário"? Sim e não. Relativamente ao que ganha 90% da
população brasileira: satisfeitíssimo. Relativamente ao que ganham os
abastados e aproveitadores salafrários burocratas e gerentes do capitalismo:
de forma alguma. Absolutamente: não. Mereço mais pelo trabalho que faço. Não
mereço mais dinheiro. Mereço mais consideração, mais espaço, mais lazer e
cultura. Estou cansado. Mereço descansar. Descansar mais para trabalhar
melhor. Eu quero descansar e não posso. Não me deixam. Eu não me deixo.
Estou cansado. Vou dormir... {04/06/2001 - Segunda-feira - 23:36}

{06/06/2001 - Quarta-feira - 14:09}

Aspectos Essenciais da Medicina de Família
(retirado de palestra dada pelo Dr. Garth Manning, do Royal School of
General Medicine, London, no HCPA, hoje pela manhã)

1. "O Cuidar" : não necessariamente só diagnosticar e tratar, mas também dar
atenção ao lado psicossocial.
2. "Competência Clínica": dar o "conselho" adequado, ter a capacidade
técnica de acertadamente orientar o paciente. Provém de um treinamento
médico adequado.
3. Continuidade do Tratamento: conhecer o paciente e este nos conhecer. É
diferente do tratamento intermitente oferecido pelo especialista.
4. "Cuidado Abrangente": tratamento do indivíduo e sua família em aspectos.
Atenção na prevenção.
5. Custo-efetividade: o médico de família, do ponto de vista do paciente e
da comunidade, com altos índices de aceitação e satisfação, além de menores
custos. Controle dos crescentes custos oferecidos pela "tecnologização" da
medicina.
6. Coordenação do Cuidado: ter um sisma de "gerenciamento" para determinar o
que é necessário para o tratamento do paciente como um todo. O médico de
família deve se responsabilizar por decidir quando é necessário o
encaminhamento do paciente para o especialista.
7. Experiência/Capacidade em Tratar/Manejar Problemas Comuns: médicos devem
ser treinados para reconhecer o normal e o comum, o mais prevalente, e
capacidade de excluir enfermidades sérias.
8. Cuidados e Pesquisa Embasados na Comunidade: cuidar uma camada fixa da
população, que ele passa a conhecer.
9. Capacidade de Comunicação e Aconselhamento: não somente com pacientes mas
também com colegas e com o sistema de saúde {interrompido mais ou menos às
14:30 e reiniciado às 16:31} . Incluir o paciente no processo de decisão;
tentar sair do sistema "médico-orientado". Tornar-se o "drug-doctor":
aquele que age como uma droga, como o medicamento em si.
10. Educação Médica Continuada: humanizar, fazer entender que problemas
médicos não são somente aqueles que necessitam internação hospitalar.

Conforme Dr. Manning, de cada 1000 pacientes de uma comunidade, 750 referem
algum sintoma clínico quando inquiridos diretamente. Destes, somente 250
procurarão ajuda de um médico. Destes, 25 necessitarão de auxílio do sistema
de saúde secundário (exame especializado, especialista, procedimento
hospitalar). Destes por sua vez, 9 necessitarão de hospitalização e somente
1 deles que precisará realmente de auxílio em nível terciário em hospital
universitário, por exemplo.
Não esquecer:
- Não usar tecnologia para substituir a relação médico-paciente
- Saber trabalhar em times, em equipes.
"As pessoas têm o direito e o dever de participar individual e coletivamente
no planejamento e implementação do seu cuidado de saúde" (Declaração de Alma
Ata, 1978)

Isso me lembra de, um dia, escrever sobre "A Ditadura do Controle Remoto e
do Vidro Elétrico". Sim, porque com toda tecnologia que invade nosso
dia-a-dia, tornando-nos cada vez mais sedentários, daqui a pouco tornar-se-á
impossível não ser gordo. Sei que estamos longe de um mundo onde robôs e
andróides farão todo trabalho braçal, sobrando para nós, humanos (?), o
trabalho intelectual e o lazer.

Os Crescimentos Atriais
a - Crescimento do átrio direito
Ocorrendo um crescimento do átrio direito, o vetor médio de AD vai aumentar
em amplitude, deslocando-se mais para a frente e para a direita. O vetor
médio de P (resultante entre o de AD e o de AE) se orientará também mais
para a frente e menos para a esquerda do que o habitual. {06/06/2001 -
Quarta-feira - 16:58}

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